sexta-feira, 24 de julho de 2015

Série Artes - Quadros famosos IV : Guernica

O estilo e as cores ajudam a expressar a inconformidade do
artista ante as atrocidades na vila de Guernica.

Painel a óleo, medindo 3,49m x 7,76m, de Pablo Picasso, expressa o sentimento de repulsa do artista em face do bombardeio da vila espanhola de Guernica (Guernica y Luno) pela força aérea alemã em 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
 
Curiosidades
  • Transferido para o Museu de Arte Moderna de Nova York (MOMA) durante a II Guerra, o painel retornou à Espanha apenas em 1981, após a morte do ditador Francisco Franco. Atualmente, encontra-se em Madrid, no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia;
  • É considerada a obra mais importante de Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso;
  • Realizada em Paris, onde o artista morava, a obra, no estilo cubista, consumiu cerca de três meses de trabalho;
  • O cubismo, movimento artístico do qual Picasso é um dos precursores, caracteriza-se pela desarmonia, deformação, subjetivismo, geometrização das formas e volumes; renúncia à perspectiva, superfícies planas, cores austeras;  

Pablo Picasso (1881 - 1973)
  • Painel nas cores preta e branca, tons de cinza e traços amarelos, foi pintado para a Exposição Internacional sobre a Vida Moderna, em Paris, onde não ocupou lugar de destaque, tampouco fez sucesso de público;
  • Na época, Guernica era uma pequena aldeia basca, situada no norte da Espanha, com uma população de cerca de 6.000 habitantes; o bombardeio de mais de três horas acarretou a morte de cerca de 1.700 pessoas e quase 900 feridos;
  • Especula-se que os alemães usaram os ataques como experiências para o que viria depois; para alguns historiadores, foi um ato simbólico do ditador Franco em represália ao povo basco que assinara tratado de autonomia com o Governo Republicano Espanhol;
  • Em Paris, Picasso tomou conhecimento das atrocidades através dos jornais;
  • Durante a Exposição, um oficial nazista teria perguntado a Picasso se fora ele [Picasso] o autor da obra, ao que o pintor respondeu: “Não, foram vocês!”;
  • De certo modo, a pintura preconizou os horrores que viriam depois com o nazismo e a II Guerra Mundial;

Releitura de Guernica para o Rio de Janeiro,
do artista plástico Alex Frechette (2014)
  • Por ter ficado muito tempo fora da Espanha, para onde - conforme desejo do artista - só deveria voltar quando a ditadura tivesse terminado, o painel era chamado pelo espanhóis de "el último exiliado";
  • Inspirado na obra, o pintor brasileiro Alex Frechette “trouxe Guernica para o Rio de Janeiro dos dias atuais: ‘onde uma mãe é arrastada por uma viatura, as remoções são constantes, o número de desabrigados é alarmante, Amarildo desaparece (...)’”; (7)
  • Em 1953, Pablo Picasso autorizou a vinda do painel ao Brasil para a 2ª Bienal de São Paulo – evento que ficou conhecido como a Bienal de Guernica.
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Links e fontes de consultas - Todos acessados em 24/7/2015.
  1. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pablo_Picasso
  2. https://pt.wikipedia.org/wiki/Guernica_y_Luno
  3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Guernica_(quadro)
  4. https://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/7/74/PicassoGuernica.jpg
  5. http://www.mundoeducacao.com/historiageral/a-leitura-obra-guernica-picasso-para-estudo-historia.htm
  6. http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/guernica_eta.htm
  7. http://lounge.obviousmag.org/mosaico/2015/04/guernica---78-anos-historia-e-desdobramentos.html
  8. http://lounge.obviousmag.org/mosaico/assets_c/2015/04/Alex%20Frechette-101527.html
  9. http://www.pbs.org/treasuresoftheworld/a_nav/guernica_nav/main_guerfrm.html
  10. http://bienal.org.br/post.php?i=346
  11. http://coletivocarranca.cc/arte-ativismo-e-contracultura/

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Série Artes - Quadros famosos III : Abaporu

Abaporu - Óleo sobre tela, medindo 85cm x 72cm, 1928.
Tarsila do Amaral (1886, Capivari – 1973, São Paulo)

Curiosidades
  • Atualmente, Abaporu é o quadro brasileiro mais valioso do mundo, sendo considerado por muitos críticos como o mais importante produzido no Brasil;
  • Em 1995, foi comprado por um colecionador argentino por US$ 2,5 milhões;
  • Encontra-se exposto no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba), onde é um dos destaques;
  • Foi pintado para presentear o escritor Oswald de Andrade, na época marido da artista.
  • O nome Abaporu significa “homem que come gente” e foi criado pela artista utilizando palavras em tupi-guarani: aba (aquele que come), para (carne crua) [canibal];
  • Serviu de inspiração para que Oswald de Andrade escrevesse o Manifesto Antropofágico - cuja proposta artística era “deglutir” a cultura europeia, valorizando a brasileira;
  • A deformação da figura, que aguça a curiosidade, e o ambiente em que está inserida permitem diversas interpretações: pode ser uma pessoa deformada ou um gigante (olhando de baixo para cima, vê-se o braço esquerdo dobrado e a mão no rosto), numa postura de contemplação. As cores e o cactus sugerem um nordestino brasileiro solitário, mas pode, também, representar o homem do mundo...   Como você o interpretaria?
Mona Lisa e O Grito são, respectivamente, as obras mais reproduzidas
nas escolas brasileiras. Abaporu vem em terceiro lugar.
  • Tarsilinha do Amaral, sobrinha-neta, sugere no livro “Abaporu: uma obra de amor” (4) que a pintura foi, na verdade, um autorretrato da tia-avó que o teria criado estando nua em frente a um espelho...
  • Tarsila do Amaral foi retratada como personagem no cinema e na televisão, entre outros, no filme "Eternamente Pagu" (1988), interpretada por Esther Góes e dirigido por Norma Benguell;
  • “Amaral” é o nome de uma cratera em Mercúrio, homenagem à artista concedida pela União Astronômica Internacional (2008);
  • Depois de Mona Lisa (Leonardo da Vinci) e O Grito (Edvard Munch), Abaporu é a obra de arte mais reproduzida nas escolas brasileiras.
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Links e fontes de consultas - Todos acessados em 1º/7/2015. 
  1. https://pt.wikipedia.org/wiki/Abaporu#/media/File:Abaporu.jpg
  2. http://jornalggn.com.br/blog/luiz-neves/o-enigmatico-significado-do-abaporu
  3. http://noticias.universia.com.br/tempo-livre/noticia/2012/01/01/900810/conheca-abaporu-tarsila-do-amaral.html
  4. http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,sobrinha-neta-de-tarsila-do-amaral-diz-que-abaporu-nasceu-de-autorretrato,1165333
  5. http://obviousmag.org/girafa_de_gavetas/2015/04/as-releituras-do-abaporu-de-tarsila-do-amaral.html
  6. https://pt.wikipedia.org/wiki/Abaporu
  7. https://pt.wikipedia.org/wiki/Tarsila_do_Amaral
  8. https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito_(pintura)#/media/File:The_Scream.jpg
  9. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mona_Lisa#/media/File:Mona_Lisa,_by_Leonardo_da_Vinci,_from_C2RMF_retouched.jpg

sábado, 27 de junho de 2015

Série Artes - Quadros famosos II : Mona Lisa

 
Óleo sobre madeira de álamo,
medindo 77cm de altura x 53cm de largura.
 Curiosidades
  • Pintura de Leonardo da Vinci, realizada entre 1503 e 1506.
  • Quadro mais valioso do mundo, estando avaliado em US$ 2,5 bilhões (aproximadamente, R$ 6 bilhões).
  • Mona Lisa (Senhora Lisa), também é conhecida por Gioconda (A sorridente) ou Mona Lisa Del Giocondo (Senhora de Giocondo). 
  • Da Vinci o levou da Itália para a França em 1516, ano em que foi trabalhar na corte de Francisco I.
  • Atualmente, encontra-se no Museu do Louvre para onde foi levado depois da Revolução Francesa. Constitui a maior atração: dos 9 milhões de visitantes anuais, 80% vão exclusivamente para vê-lo.
  • O interesse pelo quadro começou em 1911, quando foi roubado. Entre os suspeitos, encontrava-se o pintor Pablo Picasso (depois inocentado).
  • A obra, sem data ou assinatura (característica do pintor) sofreu diversos atentados (ácido, xícara, pedrada), estando protegida por seguranças e grossos vidros à prova de bala.
  • Não há consenso quanto à identidade do(a) modelo: Lisa Del Giocondo (mulher de um comerciante florentino, hipótese mais aceita), Caterina (mãe do pintor), autorretrato (de mulher), Gian Giacomo Caprotti (aprendiz e possível amante do pintor), entre outros.
  • A tela Gioventù (1898), obra-prima de Eliseu Visconti, é considerada por muitos estudiosos, a Mona Lisa brasileira.

Série Artes - Quadros famosos I : Independência ou Morte

 
Óleo sobre tela do escritor, cientista, filósofo, político e professor
Pedro Américo (Paraíba, 1843 / Florença, 1905)
Curiosidades
  • Pintura encomendada por D. Pedro II, também conhecida por Grito do Ipiranga.
  • Concluído em 1888, em Florença, Itália, 66 anos depois do fato.
  • Mede 4,15m de altura por 7,60m de largura.
  • Encontra-se no Museu Paulista (ou do Ipiranga), da Universidade de São Paulo – USP.
  • A passividade dos trabalhadores à esquerda pode simbolizar o distanciamento do povo do movimento de independência, na prática, levado a efeito pela elite brasileira.
  • Sabe-se que D. Pedro I estava com diarreia nesse dia e não montava o garboso cavalo, mas uma mula ou jumento, animais utilizados na época para viagens de longa distância.
  • A casinha que aparece à direita, localizada próximo ao riacho, chamada hoje de Casa do Grito, não fazia parte do cenário da Independência (registros indicam que foi construída por volta de 1884).
  • Discute-se até hoje que a obra seja plágio da pintura de Ernest Meissonier, Batalha de Friedland, de 1875 – Observe a imagem abaixo e tire suas conclusões, mas não se esqueça de entender o contexto em quer transitam os artistas na época (escolas, técnicas, etc.).
  • Para saber “quem é quem” no Grito do Ipiranga, acesse o link “b”.

Batalha de Friedland, de 1875
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Links e fontes de referência - Todos acessados em 25/6/2015.
 
b)    http://vejasp.abril.com.br/materia/quem-quem-no-independencia-ou-morte/
c)    https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Independ%C3%AAncia_ou_Morte.jpg

terça-feira, 26 de maio de 2015

Imagem: Mundo cão



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Fonte da imagem: http://tuscachorros.com/humor/perros-escondidos.html

segunda-feira, 30 de março de 2015

Literatura: Tempos poéticos...


O tempo não comprou passagem de volta. [Mário Lago]

No início da década de 1990, escrevi um poema batizado Se tempo houver e o dediquei a Rita, companheira de 26 anos. Durante anos, mantive-o guardado. Um dia, não me lembro em que contexto, tomei coragem e li a obra-prima para a musa inspiradora. Ela ouviu, sorriu e, bem de acordo com o seu estilo prático, deixou escapar nas entrelinhas que não teria muita paciência para esperar “tanto tempo”, não...

-  Nada poético, pensei.

Cerca de uma década depois, exatamente no dia dos namorados de 2013, ela me deu um cartão em cujo envelope havia uma folha de papel cuidadosamente dobrada; nela, um texto manuscrito intitulado Sempre e enquanto há tempo...

- O lado poético até então adormecido havia, enfim, aflorado!, pensei, com um leve e sutil sentimento de doce vingança (rs).

Deixando de lado a timidez, resolvi abrir o baú e publicar esses fatos da "intimidade" do casal. O primeiro texto é integral, o segundo, para não correr riscos domésticos, apenas fragmento. 

[Detalhe: Rita ainda não sabe desta brilhante iniciativa e, quando souber, não sei se receberei outro poema.. rsrsr).

"Colherei rosas – talvez cravos ou jasmins..."

Se tempo houver...
(para Rita)

Se houver tempo descerei ao jardim,
Colherei rosas – talvez cravos ou jasmins,
Arrumá-las-ei num buquê bonito
E o guardarei, impaciente.

Se houver tempo,
Regarei as flores que restarem,
Replantarei as mudas incipientes,
Podarei as árvores frondejantes,
Os brotos abundantes
E a aguardarei aqui.

Se houver tempo
Descerrarei a casa toda,
Sentarei em nosso canto
E extasiado pelo encanto do instante da espera,
Farei um poema simples
Dedicado a você.

Ah!, e se ainda houver tempo,
Apenas sonharei.
E mesmo acordado
Replantarei o passado
E mondarei o que de errado deixei florescer.

E, se depois de tudo,
Tempo ainda houver,
Mesmo que as flores não
Tenham crescido,
Relembrarei as promessas de amor e de sonhos
Que no envolvimento das pressas
- por falta de tempo! –
Havia esquecido.

[Paulo R Rezende]

"Para o amor não é necessário buquê..."

[Fragmento] 
“Sempre e enquanto há tempo
(Para Paulo)

Sempre há tempo de descer ao jardim, colher rosas...
Talvez cravos ou jasmins.
- Para o amor não é necessário buquê, pois ele é impaciente.

Sempre tem de haver tempo dentro dessa impaciência,
Para regar as flores, cuidar das mudas.
Podar as árvores frondejantes e os botões abundantes.
- Sem pressa.

Ainda é cedo para a espera de descerrar toda a casa,
Sentar em algum canto e me sentir extasiada
Pelo encanto da espera.
E na minha impaciência, talvez consiga fazer uma poesia simples... 
- Toda, porém, dedicada a você. (...)”

[Rita de Cássia Z P Rezende]

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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Literatura - Os cometas são fugazes e frios...

Sê o novo Sol ou outra estrela de primeira grandeza, se preferires,
mas aquece e ilumina durante toda a tua vida.
Os cometas, apesar do fulgor e da beleza, são fugazes e frios...
 
Segue em frente, mas não deixes de dar o próximo passo – imprescindível à caminhada! –, nem relutes com temor: conseguirás alcançar o objetivo que tenhas estabelecido. “Que tenhas estabelecido”, eis a questão. 
O amanhecer desperta a vida que há em si, o anoitecer a acalanta e tu te descansas para continuar – "continuar", ação que só é possível quando já se tenha começado.
Espera o amanhã sempre amigo e sorri, porque – não te esqueças – sempre haverá um despertar. Se não for o próximo, será depois, depois ou depois...
 
Passo, ação imprescindível à caminhada. (1)
Segue em frente, não deixes de caminhar – um passo depois do outro! – porque eventualmente te sentes cansado; anima-te – respira fundo, pensa positivo, esquece as bobagens! –, pois daqui a pouco deverás ter cumprido mais uma jornada que te conduzirá ao portal que dá acesso à realidade dos teus sonhos. Ou não.
Os amanhãs translúcidos despertam, os anoiteceres misteriosos acalmam, num ciclo aparentemente interminável. Sê num e noutro momento - respira fundo, pensa positivo, esquece as bobagens! –, porque, dessa forma, serás a chama que ajuda a clarear o depois, incerto e imponderável.
Segue em frente, sempre - é a melhor opção - e acolhe os espinhos, calma e serenamente; afague os momentos de esperança. Aquele, decerto, pode ferir, mas este estanca e alivia a dor. E isso é bom.
O amanhã é inatingível, porém, a noite recompõe as forças e conduz ao portal dessa infinitude. O tesouro que buscas na vida não se encontra, portanto, na distância do futuro intocável, inacessível, mas está aqui, no agora, presente fugidio e mágico, átomo da vida. Nesse tempo, sê paciente e, se o próximo amanhecer te parecer um pouco mais demorado, delicia-te com o descanso merecido e o êxtase da espera e aprenda um pouco mais. Estejas certo: ele vai chegar, como há de ser, transfigurado no aqui e agora!
 
Delicia-te com o descanso merecido e o êxtase da espera
e aprenda um pouco mais. (2)
Segue em frente, não deixes de dar o próximo passo – imprescindível à caminhada que conduz ao portal dos sonhos! Confia em ti e no destino de um dia, depois de infinitos amanheceres e anoiteceres, e vice-versa, ser uma estrela de primeira grandeza... É quando perceberás que não importa o céu em que estejas brilhando, tampouco quem ou o quê aqueces!

Sê forte, porque as vicissitudes – que impulsionam ou nos contêm – são apenas o tempo necessário à reflexão para a tomada da decisão de ir em frente ou parar. No ciclo da vida, não há volta... Lembra-te de buscar a felicidade, seja lá como a concebas, e não dê tempo nem trela ao pessimismo que derrota.
Sê feliz e serás feliz! Não com os descansos ou com as lutas por si sós, absolutamente pessoais e intransferíveis, mas pelo que tenhas entendido, aprendido, apreendido e compreendido com os amanheceres e entardeceres, marcos dos estágios que constroem a sabedoria, e - que é o que efetivamente vale para as almas grandiosas - colocado em prática...
Sê o novo Sol ou outra estrela de primeira grandeza, se preferires, mas aquece e ilumina durante toda tua vida. Os cometas, apesar do fulgor e da beleza, são fugazes e frios...


Fugacidade (3)
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Crédito das imagens - Acesso em 1º/1/2015
(1) http://www.becodospoetas.com.br/profile/Sonnyodinecarneiro
(2) http://ultradownloads.com.br/papel-de-parede/Leitura-tranquila/
(3) http://pensamentosdesimonesantana.blogspot.com.br/2012/12/da-fugacidade-do-tempo-e-da-brevidade.html